📌 Como a Licença-Paternidade Pode Reduzir o Divórcio: O Que Toda Família no Exterior Precisa Saber

Você sabia que dar mais dias de licença-paternidade pode reduzir as taxas de divórcio?

Parece exagero, mas não é.

Uma pesquisa da economista Marina Morales (Universidad de Zaragoza, 2024) analisou 27 países europeus ao longo de cinco décadas e mostrou um dado impressionante: países que introduziram licenças-paternidade remuneradas de pelo menos duas semanas viram suas taxas de divórcio diminuírem ao longo do tempo (Morales, 2024).

👨‍👧 Quando os pais estão mais presentes desde o início da vida do bebê, o impacto vai além da troca de fraldas:

➡️ o vínculo familiar se fortalece

➡️ a carga mental da mãe é dividida

➡️ a relação do casal tem mais chances de durar

🌍 Por que isso importa para famílias no exterior

Para quem vive fora do Brasil, o tema é ainda mais relevante.

Em países nórdicos como Suécia e Noruega, os pais têm direito a meses de licença — e não é opcional. Muitas vezes, parte da licença é “use it or lose it”, ou seja, se o pai não tira, ninguém tira. O resultado? Famílias mais equilibradas, maior satisfação conjugal e menor risco de divórcio (Sigle-Rushton, 2020).

Nos Estados Unidos, onde a licença-paternidade não é garantida em nível federal, estudos mostram que pais que conseguem tirar licença (mesmo curta) relatam relações mais estáveis e maior proximidade com os filhos (Petts & Knoester, 2020).

Em outras palavras: a presença ativa do pai desde o início não é um detalhe — é um divisor de águas para o bem-estar da família.

🤯 O que os dados mostram

  • Reformas que ampliam a licença-paternidade remunerada estão ligadas a quedas consistentes nas taxas de divórcio (Morales, 2024).

  • Quando os pais cuidam mais cedo dos filhos, o relacionamento conjugal tende a ser mais estável.

  • Mães relatam maior bem-estar emocional quando não estão sozinhas no puerpério.

  • Crianças criadas com pais que participaram ativamente desde o início mostram maior segurança e vínculo afetivo.

✈️ O dilema das mães brasileiras no exterior

Ser mãe longe do Brasil já é difícil. Agora imagine fazer isso sozinha.

Muitas brasileiras relatam que, em países onde a licença-paternidade é curta ou socialmente desencorajada, o peso do puerpério recai todo sobre elas. Isso aumenta o risco de depressão pós-parto, desgaste no casamento e até vontade de voltar ao Brasil.

A pesquisa de Morales é um lembrete poderoso: o envolvimento do pai não é “ajuda” — é corresponsabilidade.

E quando a política pública apoia isso, toda a família ganha.

🧡 Dicas práticas para famílias

Mesmo que a política do país não seja tão generosa, há formas de equilibrar:

  1. Conversem antes do parto
    Planejem juntos quem vai assumir o quê nos primeiros meses.

  2. Valorizem a presença, não só a duração
    Mesmo que a licença seja curta, um pai envolvido nas rotinas faz diferença enorme.

  3. Busquem apoio da rede local
    Muitas cidades têm grupos de pais expatriados, doulas ou consultoras de amamentação.

  4. Lutem por flexibilidade
    Negociar home office ou horários adaptados pode ser tão valioso quanto dias formais de licença.

📌 Conclusão

Licença-paternidade não é luxo, nem “extra”: é investimento no futuro da família.

Seja em Brasília, Berlim ou Boston, o que os dados mostram é claro: quando os pais têm tempo e espaço para estar presentes desde o começo, os casais se fortalecem — e as crianças crescem em lares mais estáveis.

👉 Para famílias brasileiras no exterior, vale lembrar: a política do país importa, mas a decisão dentro da sua casa também. Belonging, equilíbrio e parceria se constroem a dois.



Jessica Gabrielzyk

Como autora brasileira especializada em vida de expatriados, escrevi “Maternidade no Exterior”, “Criando Filhos no Exterior” e “Mudando para o Exterior” para ajudar famílias a enfrentar os desafios de se realocar internacionalmente. Meu objetivo é capacitar outras pessoas a abraçarem suas novas aventuras com confiança e tranquilidade.

https://www.jessicagabrielzyk.com/pt/home
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