A força oculta da parentalidade imigrante no ambiente de trabalho
Entre minhas memórias de infância mais queridas estão as tardes na casa da minha avó, sempre de portas abertas, onde ela servia o famoso café da tarde brasileiro com pão fresco da padaria da esquina.
Não eram apenas o café e o pão que estavam quentinhos, mas também a presença da família estendida na minha rotina que trazia um conforto tranquilizador. Agora que também sou mãe, consigo entender o alívio que meus pais sentiam por contar com o apoio de outro adulto cuidadoso a qualquer momento.
Essa lembrança destaca o primeiro desafio da parentalidade imigrante na sociedade moderna: a solidão da família nuclear em um território desconhecido.
Ser pai ou mãe na sociedade moderna já é, por si só, uma missão quase impossível. No início da humanidade, as pessoas viviam em grupos para sobreviver e, mesmo avançando para a minha infância, a família estendida ainda estava por perto. No entanto, o modelo moderno de família nuclear nos empurra na direção oposta, o que parece antinatural para nossa sobrevivência. Quando alguém se muda para outro país, estar rodeado de familaires se torna uma realidade distante. Some a isso a angústia de enfrentar tantas experiências inéditas, que nada mais são do que a rotina de um imigrante.
Os imigrantes um dia aprenderam a sobreviver em sua terra natal. Mudar-se para outro país significa reaprender tudo do zero. Da comunicação e da decodificação cultural que a acompanha (o que esse franzir de testa realmente quer dizer?), à construção de vínculos e à navegação por hierarquias (devo abordar o chefe do meu chefe ou isso seria considerado desrespeitoso?). Da escolha do que comer à frequência de escovar os dentes (meu choque: no Brasil, três vezes ao dia; nos EUA, duas vezes, pulando a escovação depois do almoço). Cada detalhe da vida diária precisa ser cuidadosamente reconstruído.
              
            Agora, adicione um pequeno ser humano frágil ao cenario. Bem-vindo a uma nova rodada de “primeiras vezes” nesse admirável mundo novo! A primeira consulta médica e o desafio de descobrir como dizer “bumbum” ou “cocô” de forma educada. A primeira vez perguntando na escola sobre apoio na adaptação, apenas para receber um olhar crítico: “Vocês, brasileiros, mimam demais seus filhos com tanto apego.” A primeira vez que seu filho chega em casa falando palavras que você nunca ouviu, e você se pergunta: “Isso é ofensivo?” Como se não bastasse, ainda tenho que implorar para meu filho ser bilíngue para manter uma relação com nossa família estendida no exterior! Em seguida, vem o primeiro encontro para brincar com os amiguinhos, a primeira vez que dorme fora de casa, o primeiro namoro, o primeiro coração partido... e, de repente, eles estão saindo de casa!
Quem pode ajudar? Colegas de trabalho? Parceiros da yoga? Outros expatriados? Provavelmente não… eles não são tão próximos. Então você percebe: é preciso construir uma rede de apoio. Pagar por creche ou babás, conhecer melhor os vizinhos, outros pais no parquinho, até mesmo um estranho que um dia sorriu para você na porta da escola do seu filho.
A parentalidade imigrante existe onde a coragem beira a insanidade. Por isso, nós, pais imigrantes, merecemos mais do que respeito: merecemos admiração!
Se você tem um funcionário imigrante que também é pai ou mãe, pode acrescentar estas competências ao currículo dele: guerreiro, corajoso, resiliente, flexível, solucionador de problemas, trabalhador, habilidoso em navegar complexidade.
Meu conselho a todos os empregadores: incorporem compaixão às políticas da sua empresa. Foquem em resultados, não em presença física. Delegar esse tipo de decisão ao critério de um líder abre espaço para injustiças na organização. Espero que você tenha percebido, a partir deste breve artigo, que “bom senso” é uma expectativa irreal de se colocar sobre líderes e funcionários, já que o julgamento é sempre cultural e pessoal.
De neta de imigrantes a me tornar imigrante eu mesma, minha missão pessoal e profissional se integrou no papel de consultora intercultural para disseminar essas ideias. Esperançosa que estarei plantando sementes para um mundo mais compassivo para nós e nossos filhos.
Escrito por Renata Takacura | @renata.takacura
Consultora intercultural especializada em treinamento intercultural e orientação de carreira para imigrantes e organizações em todas as fases de sua experiência internacional.
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Diversity advocate | Intercultural Training & Coaching | Career Guidance | Learning & Development | Human Resources Project Manager
                        
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
  
  
    
    
    
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