Desafios da amamentação na imigração

Hoje vim compartilhar algo recente e que pode ajudar você que é mãe e vive mundo afora.

Eu vivo em Portugal, tive minha primeira filha aqui, fui acompanhada por uma doula incrível, consegui um parto natural sem nenhuma intervenção como eu queria mas a amamentação foi bem difícil pra mim…

Eu tinha uma falsa ideia que seria natural, instintivo, “fácil” e não me preparei para isso.

Resultado, não fiz a pega certa nos primeiros dias, sentia muita dor e meu peito foi se machucando cada dia mais. Eu chorava, sentia ansiedade a cada vez que chegava a hora de amamentar, entrava em pânico, ficava tensa, e ela também, porque sentia tudo o que eu transmitia. Infelizmente com o passar dos dias e por não parar de amamentar, chegou ao ponto de ulcerar.

Fiz tudo que podia, usei pomadas, mamilos de prata, fiz laser terapia, levamos ela na osteopata (que foi a melhor coisa e mais eficaz, pena ter demorado muitos dias pra ir) e ainda assim não consegui reverter a tempo.

Comecei extrair com a bomba pra aliviar um pouco os machucados.

Como se não bastasse esse auê todo, o centro de saúde vira um caos na nossa vida com a questão do peso do bebê (pois precisa recuperar o peso de nascimento até o final do 1º mês e perder peso está fora de cogitação).

Foi até que decidimos complementar o meu leite com a fórmula já que eu não estava conseguindo dar a mama e nem extrair tudo que ela precisava.

Depois retomei, mas sempre tensa, com reflexo de dor, até que cheguei no meu limite, aliás, tinha ultrapassado há muito tempo nas vezes que sangrou e quando saiu um pedacinho na boca dela… 🥺 então eu disse pra mim mesma, eu não consigo mais.

No segundo mês, com muita terapia e tentativas frustradas, decidi seguir extraindo meu leite com a bomba e dando pra ela na mamadeira. Porque eu não queria mais que a nossa relação fosse de dor e tensão, eu queria aproveitar minha filha com leveza, com inteireza.

E assim sigo, indo para o quinto mês de vida dela e dando o meu leite em maior quantidade em todas as mamadas e completando com a fórmula (que não é veneno, é alimento na mesma).

Isso não foi um desistir, foi muito persistir pra conseguir seguir!

Hoje digo a todas as mães que amamentar não é simples, não é suposto sentir dor e não, não tem só um caminho.

Por aqui seguimos com os recursos que temos e o principal, transbordando de amor pela nossa pequena. E pra você, como foi ou tem sido essa fase desafiante?

- Escrito por Laís T. M. Santos Medeiros / @laissantospsi

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