📞 Por que alguns pais estão dando telefone fixo pras crianças — e por que isso pode fazer sentido

Quando moramos fora do Brasil, vemos como a tecnologia parece estar entrando cada vez mais rápido na vida dos nossos filhos — e não é raro a criança querer um celular muito cedo. Mas uma tendência interessante está ressurgindo: pais cada vez mais optam por dar telefone fixo para seus filhos, seja em casa ou como alternativa ao smartphone.

Aqui vão alguns motivos, reflexões e sugestões, pra quem está nessa mesma dúvida:

✅ Porque pais estão fazendo isso

  1. Reduzir o uso de telas / distrações

    O telefone fixo elimina vídeos, apps, notificações. É comunicação pura — voz, ouvir, falar — sem aquele pulso pra checar redes sociais ou mensagens. 

  2. Desenvolver habilidades sociais

    Crianças aprendem a conversar pelo telefone (não é o mesmo que mandar mensagem), escutar sem interrupções, responder, esperar. São práticas de conversa que se perdem quando tudo vira app. 

  3. Independência e responsabilidade

    Ter um telefone fixo “pode ser” uma forma controlada de permitir que a criança ligue sozinha pra um amigo ou para avisar onde está — sem dar acesso irrestrito ao mundo digital. 

  4. Menos pressão de “dar smartphone cedo”

    Muitos pais sentem que há uma pressão social pra que a criança tenha um celular. Um fixo dá uma alternativa menos invasiva, permitindo “sincronizar” com amigos que também adotem esse tipo de comunicação. 

  5. Segurança e emergências

    Mesmo que simples, um telefone fixo no lar pode servir em emergências ou quando outros aparelhos não estão disponíveis ou carregados. 

⚠️ Possíveis desafios & coisas pra considerar

  • Se muitos amigos da criança já têm celular, pode haver um sentimento de exclusão ou de que ela está “atrasada”.

  • Telefone fixo exige que esteja em local visível/central da casa para ser útil — se for no quarto ou escondido, perde-se uma parte do controle e da segurança.

  • Pode não cobrir todos os usos que uma criança quer: apps, mensagens instantâneas, redes sociais etc. É uma solução parcial, não total.

  • Dependendo do país, instalar ou manter serviço de telefone fixo pode ter custo ou logística diferente.

💡 Perguntas pra refletir se essa é uma boa pra sua família

  • Qual a idade da criança? Ela já demonstra responsabilidade pra cuidar de algo simples como um telefone?

  • Quais são os motivos — segurança, comunicação, limites — que te fazem considerar isso?

  • Como seus valores e sua cultura familiar se encaixam nessa ideia?

  • Os amigos da criança estariam dispostos a usar algo parecido, pra tornar essa alternativa mais socialmente viável?

  • Como definir limites claros (quem liga, quando, pra quem) pra que o fixo não vire “versão menos tecnofóbica do celular”?

💬 Minha opinião / conclusão

Eu acho que o telefone fixo pode ser uma solução ótima pra dar espaço à criança de se conectar, mas de forma simples, com menos pressão, menos tela — uma conversa de verdade, sem o show que o smartphone traz.

Aqui fora, onde tudo parece acelerar, pode valer muito escolher uma porteira de desaceleração. E sim, pode dar medo, duvidar, pensar “será que é suficiente?” — mas às vezes suficiente é exatamente o que precisamos.



Jessica Gabrielzyk

Como autora brasileira especializada em vida de expatriados, escrevi “Maternidade no Exterior”, “Criando Filhos no Exterior” e “Mudando para o Exterior” para ajudar famílias a enfrentar os desafios de se realocar internacionalmente. Meu objetivo é capacitar outras pessoas a abraçarem suas novas aventuras com confiança e tranquilidade.

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